quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Criança no Cinema: Outubro no CINEFA7



Neste mês de outubro o CineFa7 traz uma temática que desperta o interesse e a curiosidade sobre o universo e o imaginário infantil. Através das quatro exibições atravessaremos pelos elementos cinematográficos que trazem à tona a criança que há em cada um. Não serão apenas reflexões, mas uma tentativa de perpassar por tudo aquilo que a criança vivencia em suas comunidades, muitas vezes sem condições de dar aquilo que toda pequeno tem direto.

Nascidos em Bordéis pode parecer um título engraçado , mas para quem vive essa realidade, o mundo pode ser bem mais duro e cruel, nesse documentário que concorreu ao Oscar, a fotografia é um aliado para desvendarmos suas dores e percepções. Não se fala em criança sem se falar de animação. Como um gênero bem definido ganhou um festival que já é reconhecido internacionalmente, o Anima Mundi, ao qual vamos dedicar uma de nossas sessões. Ser e Ter nos faz ir à França para falar de pedagogia. A relação do professor com o desenvolvimento do aluno e do homem, compõe uma responsabilidade ética da qual os docentes não podem abrir mão. Os anos de chumbo do Brasil conviveram com a alegria da conquista do Tri-campeonato mundial de futebol no México. No aclamado O ano em que meus pais saíram de férias vamos viver com Mauro, de doze anos, a idílica viagem de seus pais e a convivência com o vizinho do seu avô, e dividir a tristeza da distância dos pais e as alegrias dos gols de Pelé em 1970.

Compareça ao mês da criança do CINEFA7 e faça uma viagem, através do cinema, pelos anos em que víamos o mundo com outro olhar.



terça-feira, 22 de setembro de 2009

DR. FANTÁSTICO - A Guerra Fria por Kubrick

Por Alan Regis Dantas


Stanley Kubrick foi um dos diretores que mais prezou pela qualidade inovadora e crítica em seus filmes. Apesar de produzir poucos longas-metragens, sua obra é considerada um marco na historia do cinema mundial. Meados do século XX, a narrativa da comédia - de humor negro - de Dr. Fantástico gira em torno da disputa “quente” da Guerra Fria. Situações absurdas marcam a história de um encontro na Câmara de Guerra norte-americana.




Os ataques que ameaçavam dar fim a humanidade são interpretados de maneira alegórica pelos personagens criados pelo diretor. Um general paranóico decide atacar a Rússia levando o pânico aos governantes americanos, que convidam o chanceller Soviético para uma reunião. Quem está do outro lado da linha é o “inimigo” bêbado, uma sátira, talvez, à Vodca do país, um site da internet explica o filme:


“Dr. Fantástico era um filme destinado inicialmente a ser um thriller sério sobre a ameaça nuclear. A escolha pela comédia atesta o faro de Kubrick e seu instinto de vanguarda dentro do cinema, pois a condução da história até seu desfecho bombástico é apenas um dos aspectos mais geniais do filme, que não se leva a sério em nenhum momento.”



O Dr. Fantástico em si aparenta ser um alemão paralítico super-inteligente que desenvolveu a máquina do fim-do-mundo. Podemos deduzir que, enquanto Rússia e EUA brigavam por poder, a Alemanha , apesar de destruída e falida, ainda detinha maior inteligência e ódio contra todos os humanos. Pra quem não notou: Peter Sellers interpreta três papéis, dos quatro que estavam originalmente destinados a ele.




segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BOM DIA VIETNÃ - Uma aula de rádio no cinema

Por Alan Regis Dantas



Muitos filmes já trataram do rádio como grande advento do século XX. Como grande nome temos Woody Allen, com o seu “A Era do Rádio”. Numa época em que os computadores e as comunidades virtuais assumem o papel de grandes educadores e informadores da massa, o rádio parece ser utilizado apenas para fins comerciais, com suas músicas e notícias superficiais não atraindo novos ouvintes.

A linguagem radiofônica se distingue da dos demais veículos, por estimular a imaginação e levar seu público a grandes viagens lúdicas. Adrian Cronauer (Robin Williams) se caracteriza como um verdadeiro artista da voz. Com sua graça e habilidade sabe exatamente como usar o rádio a fim de informar emocionando, apesar de todos os revezes enfrentados com a autoridade dos comandos militares.

Devemos lembrar, no entanto, que o ambiente era a guerra do Vietnã, onde todos os dias várias pessoas eram mortas, inclusive americanos. Como fazer graça dentro de um contexto tão cruel e devastador? Cronauer de alguma forma, não tinha o espírito daqueles generais que achavam suas transmissões bobas e sem graça, a todo momento fazia piada de seus superiores e até das altas autoridades americanas.

No fundo todos amavam aquele homem puro, que não levava ao ar aquilo que ia de encontro a seus princípios éticos, até mesmo sendo censurado em sua missão de informar. Ao fim do filme é marcante descobrir que na verdade ele é o inimigo daquele povo, que perdeu muitos cidadãos, mas resistiu a invasão de suas casas e venceu a guerra como na mais bela história épica.



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

SOB A NÉVOA DA GUERRA - Que curriculo têm esses dois: o país e seu antigo secretário de Defesa

Por Sâmila Braga

Mcnamara, o homem de ferro, que liderou a inteligência da máquina de possibilidades e realidade de ataques da máquina bélica dos Estados Unidos contra o Vietnã e qualquer um que se opusesse ao imperialismo ianque. Ou mesmo entrasse no caminho estadosunidenses. Robert Mcnamara, um homem polêmico na sua época de Secretário da Defesa do pais do Tio Sam, que resolve, talvez por desencargo de consciência trazer à tona, alguns dados daqueles tempos.


Sob a pele já gasta de aflições infindas da guerra contra uma potência vermelha ou um pequeno país, ele não deixa de lado o ar altivo e controlador. Diz que a Guerra que viveu não teve nada de Fria, esteve bem quente, e a ponto de explodir o planeta. Sabe que qualquer declaração sua ainda tem poder. Por isso mede as palavras, conta o que convém contar, mas conta mais do que já foi dito sobre a guerra do Vietnã e da crueldade – em números – do poderio norte-americano. Assim como, quando levanta o caso do bloqueio de Cuba e do quase ataque que ocorreu à ilha de Fidel. Explica que essa é a lógica da guerra. Para ele parece ser a guerra um grande jogo lógico ao qual teve que se habituar e tirar de lá seu emprego, suas honras, famas, dores e remorsos.


Mcnamara enumera as dez lições passiveis de serem seguidas por individuo, pais ou governo em estado de guerra. Seguem:

#1#

Cause empatia no inimigo.

#2#

A racionalidade não nos salvará.

#3#

Existe algo além de si próprio.

#4#

É preciso maximizar experiência.

#5#

A proporcionalidade deve ser uma diretriz da guerra.

#6#

Obtenha dados.

#7#

A crença e a visão costumam estar erradas.

#8#

Esteja preparado para rever seu raciocínio.

#9#

Para fazer o bem talvez seja preciso fazer o mal

#10#

Nunca diga nunca.

#Lição-extra#

Não se pode mudar a natureza humana!


Se ele sabe o que diz, isso ninguém sabe. Mas uma coisa é certa. Alguém com sua experiência em trabalhar com vidas disfarçadas de dígitos sabe jogar o jogo da guerra. Na época em que comandou a segurança da maior potência mundial fez história, e é essa história que Robert Mcnamara conta em Sob a Névoa da Guerra.